terça-feira, 8 de setembro de 2009

A vida de uma ocidental no Ramadão

Entre as rezas diárias (Fajr, Shuruq, Dhuhur, Asr, Maghrib e Isha), os muçulmanos aproveitam este período para se dedicarem mais à vida espiritual e familiar.
Entre o nascer (Imsak) e o pôr-do-sol (Maghrib) impera a lei seca e a lei da introspecção. A abstinência é a palavra de ordem neste período, abstinência de todos os prazeres mundanos para que os fiéis se possam dedicar mais a Allah. Neste período, inclusive, os mais praticantes não apertam a mão às mulheres, só o descobri quando um dos meus doentes se absteve de me dar um"hand shake" ao entrar no gabinete e eu fiquei um pouco preplexa. Mais tarde perguntei a uma amiga minha árabe qual o significado e ela esclareceu aquilo que eu tinha inicialmente interpretado como uma desconsideração.
Quando o sol, finalmente,  se põe seguem-se lautos Iftar compostos pelas mais variadas iguarias orientais, que pouco têm de apelativo para o nosso paladar. Poderá parecer um pouco contraditório que neste perído de sacríficio haja lugar a estes banquetes mas são vistos como uma oportunidade de reunião com os amigos.

Para nós, não praticantes do Islamismo, o Ramadão não é tão apelativo. Vemo-nos privados de beber ou comer em publico até ao Maghrib e qualquer sinal de animação, ouvir música por exemplo ou roupa mais reveladora (mostrar o joelho ou os ombros dá direito aos olhares mais reprovadores), que possa perturbar a introspecção é proscrito. Nos locais publicos, os restaurantes e janelas cobrem-se de longos panos e a cidade morre um pouco...
É curioso ver como a cidade se transforma do dia para a noite e como o Dubai deixa de ser a capital moderna do mundo árabe para ser mais uma cidade do Médio oriente.

Pela minha parte vou observando e descobrindo aquilo que, para mim, é uma nova cultura!

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